sábado, 20 de junho de 2015

O primeiro encontro

E quem disse que eu consegui pregar os olhos naquela noite. O que havia acontecido ficava martelando na minha cabeça, era tudo tão surreal, tão inesperado! Eu já havia notado algo de diferente nele, mas nunca em hipótese alguma havia imaginado ele como um Dominador. Ele era sim uma pessoa altiva e forte, mas jamais imaginei tal coisa. Ele era muito respeitado na escola em que trabalhávamos, tanto pelos alunos quanto por funcionários. Começou a trabalhar ali como estagiário, se formou e com o tempo conquistou o cargo de coordenador.
Eu pouco o conhecia, mas o que sabia sobre ele me instigava, ainda mais depois do encontro de hoje. E como seria daqui pra frente? Nós havíamos nos despedido no shopping prometendo termos um encontro em breve para podermos conversar melhor. Trocamos telefone e nos abraçamos, eu fui embora atordoada, e agora estou aqui na minha cama com a mente a mil.
Eu já estava acostumada a imaginar mil e uma situações com pessoas aleatórias que eu conhecia, colegas de faculdade, professores, vizinhos, amigos. Mas tudo sempre ficou no meu mundinho da imaginação, nunca tive real intenção de realizar as cenas que eu fantasiava. E agora eu me deparava com a oportunidade de viver o que eu sempre sonhei.
Não foi difícil imaginar diversas situações com o Thiago, situações em que ele me repreendia e me castigava fisicamente, e a sensação era ótima. Se imaginar era bom como seria então viver a experiência na vida real? Eu estava decidida a me arriscar!
Passaram alguns dias e nada dele ligar para mim, eu estava numa ansiedade sem limites. Não consegui dormir direito, nem me concentrar nos estudos. Passava o dia esperando que ele ligasse, mas parecia que isso não iria acontecer, e estabeleci um limite - Se ele não ligar até amanhã as 17 horas eu irei resolver isso. Ou eu ligo ou apago o número dele e esqueço dessa história de vez!
Eis que para minha surpresa naquela mesma noite recebi o tão esperado telefonema:
- Beatriz?
- Sim, tudo bem?
- Tudo sim, e você como está, o que tem feito?
 - Estou bem, só um momento.
O professor já estava olhando feio para mim então saí da sala.
- Pronto, agora podemos falar.
- Desculpe estou te atrapalhando?
- De forma alguma, essa aula é mesmo um porre.
- Por que não me disse que estava em aula? Nos falamos mais tarde...
- Não! Vamos falar agora!
- Não, volte para sala agora!
E para o meu desespero ele desligou o celular, droga!
A aula parecia passar em câmera lenta, o tempo não passava e minha ansiedade só aumentava. Fui para casa tomei um banho e deitei na cama e tentei esperar pacientemente pela ligação dele, que não aconteceu. Adormeci esperando. E na manhã seguinte acordei me sentindo um zumbi, como se tivesse passado a noite inteira em claro. Eu estava um tanto aborrecida com a atitude dele e resolvi que não iria esperar.
- Alô Thiago?
- Oi Beatriz, como está?
- Bem e você, olha fiquei esperando você ligar.
- Não liguei por que sei que chega cansada da faculdade e precisa dormir.
- Tudo bem, mas o que iria me dizer ontem?
- Então, quero encontra-la amanhã de manhã estou livre e você?
- Por mim tudo bem!
- Então nos encontramos no shopping mesmo e de lá vamos para algum lugar que possamos conversar com mais tranquilidade.
- Pode ser.
- As 8 horas tudo bem?
Pensei, puxa vou ter que acordar cedo! Mas é por uma boa causa então vale à pena.
- Ok, tudo bem sim!
E então ficou combinado, e o resto do dia passei com o estomago embrulhado sem conseguir comer direito tamanha era minha ansiedade. À noite fui para a faculdade, estava apenas de corpo presente porque minha mente viajava longe. Não via a hora de chegar em casa e dormir logo para a noite passar rápido e por fim nessa minha tensão. E foi o que fiz, cheguei em casa, tomei um banho, programei o despertador e fui dormir, e apesar da ansiedade consegui pegar no sono sem problemas.
O despertador tocou ás 6h45, levantei tomei um banho para despertar, coloquei uma camiseta e um jeans. Fiz uma maquiagem básica apenas para disfarçar minhas enormes olheiras e fui com a cara e a coragem.
Quando cheguei ele já estava no local combinado. Quando eu o vi de longe uma tensão percorreu meu corpo, tive o ímpeto de voltar atrás, era uma mistura de medo, vergonha e desejo. Respirei fundo e fui:
- Puxa!Você é pontual Beatriz, isso é ótimo sinal.
Eu apenas sorri, nem bom dia consegui falar. Algo nele me intimidava demais, e agora que conhecia as intenções dele me deixava muito sem graça.
- Vai mesmo ficar aí muda? Venha me dê um abraço!
Com muita timidez o abracei, e ele retribui me abraçando com tanta força que cheguei a ficar quase sem ar.
- Bem, vamos?
- Pra onde?
- Calma, apenas uma cafeteria aqui perto mesmo. É um lugar mais tranquilo e reservado, vamos poder conversar melhor lá.
- Ah sim! Vamos então!
Fomos até o carro dele que estava no estacionamento do shopping, e em poucos minutos já estávamos acomodados na cafeteria que era a poucas quadras dali.
A cafeteria era um lugar realmente agradável e aconchegante, com poltronas estofadas e um delicioso aroma de café.
- Aposto que você não comeu nada antes de sair.
- Como sabe?
- É comum de garotas da sua idade, vivem de dieta e evitam tomar um bom café da manhã porque acreditam engordar.
- É, no meu caso é porque quando acordo realmente não tenho muito apetite.
- Sem problemas, agora você poderá comer algo com tranquilidade. Café com leite e pão?
Eu consenti com a cabeça.
- Ótima garota!Então, pensou sobre nossa ultima conversa? Conseguiu digerir o assunto, quer me perguntar algo?
Eu apenas respiro fundo e aceno positivamente com a cabeça.
- Vamos! Diga algo! Desde que te encontrei você está praticamente muda, preciso saber o que pensa, qual sua opinião sobre o que conversamos?
- Não sei!
- Como assim não sabe? Depois de tudo o que te contei, me abri com você sobre algo muito íntimo. E você disse já conhecer o BDSM, pensei que esse tempo que não nos falamos você teria pensado sobre o assunto e chegado a alguma conclusão.
- Eu pensei, mas não sei o que pensar sobre a situação. Até então você era quase um estranho. Aí nos encontramos e você fala tudo aquilo, do seus desejos em relação a mim.
- Ok, se você não se sente à vontade para seguirmos com o assunto, ou se apenas não quiser tudo bem!
- Não! Eu quero, apenas estou um pouco tímida.
- Então façamos assim, eu pergunto e você responde, tudo bem?
- Sim!
- Qual a sua experiência em relação ao BDSM
 - Eu apenas me interesso pelo assunto, mas experiência real nenhuma. Apenas pesquisas e estudos, leio sobre o assunto há algum tempo, mas nunca conheci sequer uma pessoa do meio pessoalmente.
- Muito bem! Então vamos com calma, relaxe!
- Você já deve saber então sobre os papéis dentro do BDSM, como sabe eu sou Dominador e também sádico. Qual o seu papel, já conseguiu descobrir apenas lendo? Se identifica com algum?
- Sim, a princípio pensei ser submissa, mas com o tempo notei que me encaixo melhor no papel de Brat, pois meu maior desejo não é servir e sim desafiar. Gosto de desafiar, medir força mas no final ser vencida.
- Humm, desafiar! Muito interessante, gosta da dor?
- Sim, mas não qualquer dor. Precisa de um contexto para que a dor seja interessante para mim, precisa ser uma punição.
- Punições são interessantes, me atrai muito também. Adoro punir uma garota desobediente.
Ele diz isso olhando nos meus olhos, sinto meu rosto queimar e posso apostar que estou mais vermelha que um pimentão.
- Temos gostos em comum Beatriz, penso que temos uma boa afinidade. Você é tolerante a dor ou se julga sensível.
- Dores no contexto comum não sou muito tolerante, mas vindo de uma sessão não sei avaliar.
- Bem isso descobriremos em breve no que depender de mim!
Nossa! Ele realmente era rápido, e parecoa decidido!
Nosso café chegou, comemos como se o assunto ali debatido fosse s coisa mais natural do mundo, mas por mais que eu tentasse relaxar eu ainda me se tia um tanto timida e tensa.
- Mais tranquila? Tem algo que gostatia de me perguntar, fique á vontade!
- No momento não!
- Sabe me dizer o que sente em relação ao que conversamos até agora? O que pensa sobre o que sinto por você?
- Como disse, me interesso. Mas confesso que tenho receio pela minna inexperiência. E pelo fato de nos conhecermos tão pouco.
- Eu entendo, mas podemos nos conhecer melhor! O que acha?
- Por mim tudo bem!
- Vamos nos encontrar com frequência, podemos fazer como hoje!
Ou quando você puder marcar algo a noite, pizza, cinema? Você gosta?
- Sim, claro!
E a partir dali nosso assunto fluiu para outros temas, música, viagens, livros! Ele era uma companhia agradável.
Nos despedimos já deixando o próximo encontro combinado. Eu sentia um misto de sentimentos em relação a tudo o que estava acontecendo medo e desejo. E torci para para o sábado chegar logo e nos encontrarmos!


Um comentário:

  1. O Top que faz "papel" com o Brat é o Tamer(domador). Num relacionamento não dá certo BratxDominador.

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